‘Happy Island’ nasce no âmbito dos 600 Anos
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‘Happy Island’ nasce no âmbito dos 600 Anos
Chama-se ‘Happy Island’ e será uma co-produção internacional dos madeirenses Dançando com a Diferença e da Cia. La Ribot, com sede na Suíça, a estrear no âmbito do programa das comemorações dos 600 anos da Descoberta do Porto Santo e da Madeira. O primeiro momento desta nova criação acontece já durante o próximo mês de Abril, com a residência artística da companhia madeirense no Porto Santo.
O DIÁRIO sabe que a internacionalmente reconhecida coreógrafa La Ribot acedeu positivamente ao convite de Henrique Amoedo e já recentemente esteve na Madeira para mais uma das fases de trabalho para a sua próxima criação. Nessa ocasião, La Ribot revelou o seu fascínio pelo trabalho do Dançando com a Diferença e fez questão de mencionar as belezas naturais da Ilha da Madeira no encontro que teve com a Secretária Regional do Turismo e Cultura, Paula Cabaço.
“Ter a oportunidade de trabalhar com uma coreógrafa como a La Ribot, na realidade um dos meus ídolos entre os diferentes coreógrafos que conheço, é algo fascinante. É a primeira vez que La Ribot cria para uma companhia como a nossa, algo que me deixa mais feliz, para além do facto de sermos parceiros nesta co-produção, algo que devido ao reconhecimento internacional desta artista ampliará as possibilidades de levarmos esta criação a importantes teatros e festivais em todo o mundo. Não tenho dúvida alguma que este trabalho levará a Madeira mais longe”, refere Henrique Amoedo, director artístico do Dançando com a Diferença.
Se por um lado o desenvolvimento de um trabalho com características únicas a nível nacional e europeu tem atraído, através dos Dançando com a Diferença, os olhares de todo o mundo para Região Autónoma da Madeira, considerado por muitos profissionais da área como um exemplo de excelência no domínio da acessibilidade e inclusão através das artes, por outro, esta companhia de dança tem levado o nome da Região aos diferentes países por onde tem exibido o seu trabalho.
Refira-se que o conceito de Dança Inclusiva, criado e desenvolvido por Henrique Amoedo, busca através da dança a modificação da percepção social sobre a imagem das pessoas com deficiência através de um trabalho artístico em que pessoas com e sem deficiência trabalham em conjunto e em prol de uma linguagem estética artística diferente da actualmente considerada ‘mainstream’.
Sobre ‘Happy Island’, diz-nos La Ribot: “Imagine um território cortado do mundo, onde um país foi construído sem perceber que fazia parte de um todo maior. Um espaço com suas próprias regras onde a diferença de cada um é o elemento que os reúne e define o modo de viver em comunidade. O ritmo da vida é determinado pela liberdade de ser a si mesmo e as relações sociais são tecidas sem uma ordem estabelecida. Neste lugar, que pode assumir a forma de uma ilha ou de um corpo, a auto-suficiência aniquila as relações de alteridade e a dimensão reflexiva da identidade. Aqui, a constituição do que nos define como pessoas ou na escala do ser humano foi preservada do julgamento da comparação”.
“A agregação das noções teóricas, estéticas e artísticas que La Ribot que desenvolve em torno da unicidade da ilha da Madeira e dos seus habitantes, juntamente com o encanto e misticismo tecido em torno das paisagens que já teve a oportunidade de ver e das outras que ainda verá para inspirar-se farão deste trabalho algo único”, referiu ainda Henrique Amoedo acrescentando que “já estão previstas apresentações no Mudas. Museu de Arte Contemporânea da Madeira, local de residência dos Dançando, em Genebra, Madrid e Viseu. Muitas outras virão e foi muito bom ouvir, no encontro entre a coreógrafa e a senhora secretária regional, que podemos contar também com o apoio dos 600 Anos em todo o processo de internacionalização desta obra”.
Fonte: Diário de Notícias