Dia Mundial da Síndrome de Down: que reflexões?
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Dia Mundial da Síndrome de Down: que reflexões?
“Quando contactamos com pessoas com deficiências, vemos que são semelhantes a nós e que gostam de ser incluídas”, disse-nos Jéssica Sousa quando lhe perguntamos sobre como podemos mudar a visão social sobre a Síndrome de Down.
Mas a entrevistada ainda foi mais longe. Foi com lirismo que nos disse que “temos de saber colocar-nos no lugar do outro e abrir as portas do nosso coração”, embora “nem todos tenhamos essa facilidade ou consciência.”
Hoje é o Dia Mundial da Síndrome de Down e quisemos saber o que pensam as pessoas sobre este tema. Para isso, a equipa da Companhia Dançando com a Diferença deslocou-se a uma superfície comercial e colocou, aleatoriamente, algumas questões e aqui partilhamos as respostas, para efeitos de reflexão.
O que é a Trissomia 21 ou a Síndrome de Down?
A maioria das pessoas entrevistadas conhece a Trissomia 21. Porém, as respostas destacam a falta de informação clara sobre o tema:
Jéssica Sousa: "Sim, sei o que é a Trissomia 21."
Eugénio Gonçalves: "São malformações genéticas."
Profissões e Capacidades
Quando questionados sobre que tipo de profissão uma pessoa com Trissomia 21 poderia exercer, as respostas variaram. Alguns acreditam que há limitações, enquanto outros defendem que, com os estímulos certos, é possível desempenhar diversas funções:
Eugénio Gonçalves: "Talvez algo relacionado com tecnologia ou administrativo, mas não uma profissão motora."
Mónica Diniz: "Depende da estimulação desde a infância, mas são aptos para tudo."
Alexis Camargo: "Todas as profissões! Desde que consigam exercer, podem fazer qualquer coisa."
Como Mudar a Visão Social?
A maioria dos entrevistados concorda que a mudança começa com a tomada de consciência. Aqui estão algumas das sugestões que deram:
Jéssica Sousa: "Precisamos mudar as mentalidades e trabalhar a aceitação das diferenças."
Eugénio Gonçalves: "A política deve liderar essa mudança, para que as pessoas sigam o exemplo."
Mónica Diniz: "Mais ações de formação e informação seria um bom princípio."
Carla Telo: "As pessoas precisam ter uma mente mais aberta e praticar a empatia."
Em suma, como mostram os depoimentos, a mudança começa com cada um de nós.
Precisamos de mais empatia, de mais informação, e sobretudo, como nos disse o entrevistado Roberto Rodrigues, “dedicar mais tempo ao outro”.
Informações sobre a Síndrome de Down
Em 1866, o médico inglês John Langdon Down descreveu pela primeira vez a Síndrome de Down. No entanto, a causa genética dessa condição só foi descoberta em 1959, pelo pediatra francês Jérôme Lejeune, professor de genética. A Trissomia 21 (T21) caracteriza-se pela existência de um cromossoma adicional no par 21. Essa alteração genética ocorre devido a uma divisão celular atípica, que produz um óvulo ou espermatozoide com 24 cromossomas em vez de 23. Como resultado, o bebé terá 47 cromossomas em vez dos 46 habituais.
Além da carga genética, o desenvolvimento das crianças e jovens com Síndrome de Down é influenciado pelo ambiente e pelos estímulos que recebem. Esses fatores são determinantes para qualquer ser humano, e as pessoas com T21 não são exceção.
Não somos definidos apenas pelo nosso material genético, mas também pelas experiências e oportunidades que nos rodeiam.
Desde 2012, as Nações Unidas assinalam o Dia Mundial da Síndrome de Down a 21 de março, com o objetivo de contribuir para a sensibilização pública sobre o tema.
Em Portugal, estima-se que existam cerca de 15 mil pessoas com Trissomia 21. Todos os anos, nascem entre 100 a 120 crianças com esta condição (um em cada 700 bebés).
Apesar dos avanços, ainda há uma grande falta de informação o que gera preconceitos e barreiras que precisam ser superadas.
Published at 21 March, 2025
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